A infância a gente brinca
Ser criança é fantasia
Corre, canta e balança
Come bolo e joga bola.
Pula, anda de motoca
Brinca até cansar, esquece de comer
E, brinca prá valer,
Esconde, corre-cotia, vou te pegar!
A motoca, a peteca,
O bolo de laranja da tia Fifi,
O presente do aniversário.
A festinha dos amigos.
De repente chega a adolescência
Tudo que era divertido, agora é vergonhoso
As meninas riem e passam batom
E, as bochechas coram quando olham.
Ah, essa adolescência,
Nasce uma vontade de ficar junto,
de dar o beijo, de fugir de perto
Tem a festa e o baile da escola.
A gente não sabe dançar
Tem o vestido rosa e a primeira gravata
Tem a valsa com par
E, a calça apertada.
A vida não é linear,
Uns namoram e outros casam
Outros namoram e não casam
Uns estudam e viajam.
A vida pode ser estranha para uns
E, dolorosa para outros.
Corpos violados, dores profundas
Corpos calados, feridas profundas.
Uns casam e descasam
Uns sobrevivem e outros vivem
Uns estudam e se formam
Outros trabalham e sobrevivem.
Feridas curadas, a vida caminha,
Mudanças de planos e de rotas
Jogando a toalha, vida vencida
Começa tudo outra vez.
Quantas vezes for possível
A vida se faz de novo e de novo
Novos mares para navegar
Na vida adulta que se refaz
Ainda é tempo para amar
Na velhice, na maturidade
Amor próprio não se morre
Talvez o corpo se desfaça.
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