
Imagem: Curvy Estrada árvores, mídia do Wix
Os olhos se abrem, o ouvido desperta ao som suave de sua vez em um convite para adentrar sua casa.
Sentar-se à mesa, harmoniosamente preparada, com xícaras, pratos, talheres, doces, geleia e frutas. Toalhas com bordados delicados, guardanapos pintados com mãos que tecem suavemente esse alinhavar de pontos, nós, costuras.
Para um café da manhã com o invisível.
Tudo bem-disposto, defronte a janela que aponta para um quintal, onde o balanço para uma criança ainda está a bailar. Há arvores com sua sombra para refrescar o dia ensolarado.
Lá colhe-se o maná para o dia.
Da cozinha vem o aroma de café, coado no coador de pano, pão saindo do forno.
Na sala o sofá, à espera dos corpos das inúmeras mulheres, espalhadas por pontos da casa, nos cantos da cidade.
Sem paredes.
Só o som do cantar,
Do sorrir,
Do andar.
São vozes na travessia do ar,
Do mar,
Do amor.
Pés descalços, elevando e levando a terra, na poeira que se firma a cada pisada. Os cabelos voam como a crina de uma égua, no correr do campo.
São bruxas, não sei.
Musas, quem sabe.
Deusas da natureza.
Dos jardins.
Lobas.
Mutantes.
Oceanos.
Deusas de ventre vibrante.
Travessias e travessuras.
Múltiplas Deusas.
Mulheres únicas.
Deusas das palavras,
Da voz,
Ação,
Emoção.
Sentada à mesa para o café da manhã, com o invisível!
De quem é essa saudade, que quando me vejo sinto?
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