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Autobiografia, por Kamila Iasmin

Quem sou, se não um emaranhado de sentimentos e emoções?

Dualidade constante, sem equilíbrio central.

Oras, devo ser mais. Mais do que os julgamentos, a imposição de pensamentos, mais do que acreditam que eu seja. Dizem que a magia que cada um esconde dentro de si está na essência de sua própria singularidade. Por assim dizer, o universo único que há em cada ser vivo é exclusivo (não pode ser achado em nenhum outro lugar físico ou abstrato). Sendo assim, posso crer que tem algo muito especial em mim. Toda essa minha confusão pode ser uma bela paisagem vista do espaço a olho nu.


Alguns dizem que minha magia está no sorriso grande e dado, outros apostam nos olhos expressivos e profundos. Eu diria que é o meu coração. Transparente. Ele ama a tudo e a todos. A pureza que nele se esconde é também sua própria maldição, pois lhe causa tanta alegria quanto escuridão. O meu coração vê outros corações e sente que todos somos um.

Todavia, não foi sempre assim. Teve dias que a dor foi tanta, a dor da realidade, da verdade que nem todos me amavam assim, que minha única oração era pedindo a Deus para recolher a vida que havia em mim. As pessoas não me compreendiam. Nunca consegui explicar que eu sempre senti demais, o dobro. Como se dentro houvesse um mar imenso, ora calmo, ora furioso, ora deveras salgado, ora seco. E minhas lágrimas só comprovaram a teoria do mar, pois quando eu achava que não podia mais, me punha mais uma vez a lacrimejar.


Percebi que meu coração é tão grande...que eu sobrevivi.

Mesmo em meio a tantas guerras internas e batalhas perdidas. Eu o achava tão fraco,

mas ele mostrou a força que eu jamais previ. Na verdade, sempre me senti como a pequena criança, perdida no mundo das pessoas grandes, só olhando para o céu e imaginando o que haveria depois dali, para que alguém o colocasse tão longe de nós. Sempre quis voar só para descobrir.


Olhando para quem sou, finalmente percebi, nas orações que fiz ao divino, me vi em completa conexão. Meu espírito, minha alma, meu coração! Foi me dado esta grande benção...e maldição. Há tanto dentro de mim, pois não há somente eu, mas também o outro. Reconectando-me, descobri que ao conhecer pessoas, sejam gentis ou não, posso oferecer o meu sorriso, e talvez assim eu as veja sorrir também para mim. Por via das dúvidas, lhes escrevo uma poesia, e mostro que gosto das palavras e de fazer rima. Se não adiantar, lhes faço uma melodia e dou letra à canção;


afinal, se agora possuo conhecimento dos meus dons, devo ser mais que um emaranhado de confusão.

Eu sou um caminho que percorre o horizonte, buscando em todas as fontes, o amor – minha única religião.



Kamila Iasmin é poesia, arte e amor. Ela faz parte do Grupo de Mulheres do projeto É DIA DE ESCREVER.


Quer conversar com ela? Segue o @flordeklips

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