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Acolher o Vazio

Não se vê.

Sente-se nos ciclos da vida, 

nas marcas do corpo.

No silêncio.


Não se pode segurar.

Como o vento.

Mas as folhas se movimentam.


Relógios, calendários

tentam medir o  que escorrega.


Também se conta

em memórias,

em encontros.

em despedidas.


No nascer do Sol.

No ritmo das estações.

No envelhecer do rosto.

No intervalo.


Ensina o aprender, 

o curar, 

o amadurecer.

Nos dá espaço.


Não grita, 

sussurra.


É no detalhe: 

um olhar, 

uma pausa, 

um lembrar.

Um repouso

Se perceber sua ternura


Até o tempo tem memórias.


Gosto de pensar no tempo como uma delicadeza que nos transporta , nos envolve, nos deixa dentro de cásulos de mel.



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