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Que tal ler com a trilha sonora abaixo😉 ?
Do canal YouTube: VIVAKÊ KARAOKE
Música: Do seu Lado – Nando Reis/Jota Quest
Eu ainda choro em filmes românticos — mesmo com a pele se desmanchando, na idade atual.
Hoje entendo que talvez não tenha vindo para uma viagem romântica; mas creio ter conhecido o verdadeiro amor. O que me faz chorar no romantismo de palavras é só uma pequena parte dele. Uma ínfima parte da imensidão que me impele a querer continuar a viver, desde quando o romantismo me desfez em lágrimas.
O que me fez querer mudar de cidade, quando a praia enchia de águas quentes os meu olhos, e eu não enxergava mais nada a me alegrar. O que me fez recomeçar diversas vezes. E, ainda, me faz recomeçar a cada minuto nessa minha vida platônica solitária, embalada por amores menores não sobrevividos.
O amor verdadeiro nasceu de mim, mas não me pertence mais. O amor verdadeiro cresceu depois de tê-lo nos braços, enxergando-o além de seus olhos ainda fechados, confiantes em meus abraços e no meu olhar, para sobreviver.
O amor verdadeiro me faz rezar todos os dias, dentro dos receios que o mundo me faz encarar, imaginando meus braços longínquos a protegê-lo. E querer estar sempre ao seu lado ... sem estar tão perto.
O amor verdadeiro me faz esquecer de mim, relembrando-me, todos os dias, que preciso estar firme e forte para o que der e vier — e não tendo a mínima ideia do que virá. Esquecendo o que passei e vivendo cada minuto que eu ainda possa ter, nessa vida fugaz que não sei por quanto ainda terei. E me fazendo entender mais do que parece ser, ou foi.
Esse amor verdadeiro, amor escondido, mas latente, revelado em pequenas ações — quiçá desnecessariamente protetoras — para trazerem o crescimento indolor que gostaria ser possível. Me possibilita ações que me fazem crescer e amar, só amar.
Amor como o pelo mar que sinto, quente, se espalhando dentro do coração, ainda que sem molhar meus pés há tanto tempo. Mesmo tendo desistido desse água quentinha, para mergulhar num desconhecido estranho e frio de um lugar inconscientemente escolhido para parar de sofrer a mesma dor. Ainda que trazendo novas.
Talvez eu tenha escolhido viver esse amor como único.
Talvez eu não perceba que ele me acrescentou outros amores, nem tão românticos, mas necessários.
Com ele, aprendi a amar sem esperar, sem medir.
Acordando amores maiores.
Amando, apenas, o amor que traz o mar ao meu olhar.
O amor que veio comigo e que levarei quando a areia me tomar, num horizonte desconhecido e, novamente, me incorporar.
O Amor é uma dor
Que aquece a alma
Goretti Giaquinto
Desafio #26
Senta a canetada: texto potente
A vida e suas surpresas.
Ainda bem que sempre é possível recomeçar...
Lindo texto!
Sempre romântica esta minha irmã….