Do marrom eu me destaco já que
da terra eu me mantenho
Venho e vou do solo do engenho
às raízes do povo Brasileiro
que da gente me faz presente
da plantação ao cultivo.
Subo ao caule
em tons de verde
Me fazendo presente quando dali
meu sustento vem da terra
como um grito de guerra
contando os grãos da fome e o que dá terra me dá.
Sou viva, sou gente e tenho fome
Da terra se come
E, no calor fulgaz,
Na mutação constante, da terra o que me dá
eu tenho fome de verde, de vivo, de feroz
O povo vive do que a terra dá?
Do sol escaldante, da manhã serena
Eu sinto o calor que vem da terra seca
Nesse dia o céu está em nuances, Helena,
Do vermelho, laranja, amarelo, azul celeste,
Eu tenho um lenço na cabeça e o suor escorrendo no rosto.
Da terra eu colho, eu tiro o alimento.
Da terra me sacio, do cultivo e da floresta
Do agro não tenho nada, ele é do gado.
Da secura da terra, do suor do rosto, tudo presta,
Eu me desfaço, meu cansaço,
Mas, em mim brota e da terra me faço.
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