Notícia Rum Chega Rápido
- Edu Mussi
- há 31 minutos
- 2 min de leitura
Toda criança e adolescente tem um grupo de amigos e amigas. Sou um deles que tive e ainda conservo essas amizades. Mesmo que não os vejam, guardo-os na memória e no coração.
Sem falsa modéstia, minha infância e adolescência foi feliz. Desde a década de 50, 60 e início da 70, tive o privilégio de viver em Santarém, no estado do Pará. Naquele período a cidade tinha pouco mais de vinte mil habitantes. O lugar era bucólico, todo mundo se conhecia, pelas ruas trafegavam poucos carros, as praias na orla da cidade eram todas limpas, sem poluição, onde grande parte da população usava como lazer e banhava-se nas águas daquele maravilhoso rio Tapajós. No meu caso, por exemplo, passei meus primeiros 18 anos desfrutando daquelas praias e daquele rio. Passava nelas muitas horas por dia e todos os dias, porque morava em frente a uma delas. Era só atravessar a rua, ultrapassar um calçadão e mergulhava naquelas águas cristalinas.
Quando somos crianças e adolescentes, o futuro não existe. Vivemos intensamente o presente e nunca pensamos em coisas tristes, como por exemplo, uma doença grave que alguém será acometido ou na morte. Vivíamos com a sensação de que aquela situação seria eterna e não percebíamos o tempo passar. Mas quando nos tornamos adultos, nos enchemos de responsabilidades, compromissos, metas, o futuro se torna presente e às vezes até um estorvo para nossas vidas.
Esta semana, tive mais uma vez a comprovação de que notícia ruim nos chega rápido. Recebi a notícia da morte de um amigo, no mesmo dia, que não o via há mais de 50 anos. Não sabia nada dele, onde morava, o que fazia e como vivia, ou seja, são recebi qualquer notícia boa dele que eu pudesse restabelecer o contato. Porém, quando um câncer ceifou sua vida, imediatamente o comunicado chegou-me através de uma pessoa que o conhecia.
O primeiro pensamento que me veio foi: A fila está andando. Sim, porque meu amigo tinha a idade próxima da minha, um ou dois anos mais velho. Fiquei triste, claro, mas a tristeza mais intensa foi pelo fato dele ter partido sem que eu tivesse a oportunidade de encontra-lo para relembrarmos os tempos compartilhados juntos.
Só me restou desejar que ele tenha feito uma boa viagem e desembarcado num lugar que possa ser útil para ele.
Siga seu caminho, Gilberto Brito
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