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Entre Bruxas e Fadas




Bailarina, pianista, marinheira, pintora, médica, apaixonada, carente, imatura, revoltada, feliz, infeliz, emoções a flor da pele...aventuras e desventuras...


Filha única de um relacionamento doentio de ódio e desavenças, infância pobre de menina, criada pela mãe com faltas e ausências não percebidas pela pouca idade, mas sentida nas emoções. Ao nascer houve a tentativa de um relacionamento conjugal entre os pais, separados já no primeiro mês de vida.


Infância criativa pela falta de posse com incentivo a leitura como forma de passa tempo, já que em frente a casa pobre de madeira existia uma escola com biblioteca para locação de livros. Entre as viagens feitas pelo mundo da imaginação passou a fazer parte das histórias, hora como uma grande bailarina, outra como astronauta a procura de um estrela, chegando a ser fazendeira criadora de galinhas e importante cientista. Com o passar dos anos já na adolescência os romances deram lugar aos sonhos mais complexos, alguns muito aventureiros, todos tolhidos por uma criação manipuladora e abusiva da mãe. O ambiente de criação era enigmático e tenso, em um misto de magia entre fadas e bruxas...bem e mal...negativo e positivo...dominação e opressão...incentivo e derrota...diversificado demais para uma mente em desenvolvimento.


Entre a culpa e vergonha de ser uma mãe solteira na época muito estigmatizada, ressaltava-se o caráter e integridade de sua genitora, que buscava ressaltar suas qualidades como mãe zelosa e mulher de caráter exacerbado. Acreditando genuinamente ser melhor que a maioria das pessoas, sempre sua razão prevalecia acima de tudo, ao mesmo tempo que nutria o ódio e desafeto por aqueles que de alguma forma pudessem desalinhar seus pensamentos.


Entre dar "amor e formação", era imposto situações manipuladoras e tóxicas de imposição e comparação, tolhendo todo e qualquer sonho que não fosse aquele já determinado.


Entre o medo do irreal, as pressões morais e os desejos internos, a menina já não mais tão menina assim, se desenvolvia no arrevesado ambiente onde o desestímulo era reforçado, enquanto a baixa auto estima era favorecido em frases de desalento, na tentativa de fazer valer a vontade daquela que não se fez.


Entre fugas e buscas, aos dezoito anos, naquele momento, ainda menina, se refez em mulher, logo em mãe, criteriosa e dedicada...continuando a fazer parte de histórias, agora reais, levando consigo terceiros em aventuras e desventuras, com cautela e sensatez...incentivando o saber fazer, a argumentação e a reflexão. Entendendo que feridas curam, e que a empatia, compreensão, compaixão e o diálogo sadio são muitas vezes um remédio muito eficaz para feridas emocionais e para a alma. Deu-se então nesse momento o lugar para bailarina em leves passos fazer girar em seus braços rostos sorridentes de cabelos esvoaçantes, em trenzinhos pelo corredor entre risos e quedas. A médica e curandeira se fez entre febres, tosses...noites em claro, ervas com mel e até simpatias. Conhecimentos adquiridos e jamais imaginados na tenra idade....mais aprendidos pela necessidade e vontade.


Entre os sonhos e a realidade marca-se a constante busca pela sensação de felicidade universal do homem...e a certeza de que o futuro é sempre incerto, e que a maturidade nada tem haver com a idade mas com as experiências. E que "sonhos nunca são bobagens" porém podem mudar dependendo da situação. Entre os textos brilhantes e empolgantes destaca-se alguns que marcam a vida da menina, hoje mulher, digamos ainda uma jovem senhora, cujos sonhos continuam, entre histórias e vivências, se destacam trechos e certezas como deixadas por Shakespeare, onde todo o viver tem o seu valor.....e que a colheita dependerá única e exclusivamente daquilo que foi plantado....ainda que se vive em constante aprendizado... por isso...


"plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. Pois pode-se ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! ( o menestrel - William Shakespeare).

Vanessa Martyniak

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