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Fogos e Bombas Fazem a Festa


(referência de imagens: mídia do WIX)

O cenário na rua e adjacências parecia de filmes de Hollywood, ou cenas reais das guerras Rússia x Ucrânia e Israel x Palestina. Corpos destroçados, meio desnudos, cabeças decapitadas, com membros faltando - amputados pela explosão que ocorrera há minutos.


Os transeuntes que escaparam ao massacre não sabiam muito bem o que acontecera. Jornalistas chegavam aos montes, lutando uns com os outros para obter uma primeira entrevista com alguém que narrasse o que ocorrera. Mal sabiam eles que tudo tivera um início aquém daquela rua, mais precisamente nos dois morros no entorno da rua.


No morro da frente, o Cara de Sapo era o mandante da área. Conhecido pelo pessoal como uma figura irrascível, com o rosto semelhante a um sapo - daí o apelido perjorativo, mas honesto.Tinha a mania de esticar a língua para fora, como se quisesse 'comer' as pessoas com quem interagia. Todos que chegavam perto dele mostravam respeito - provavelmente, mais por medo de sua personalidade maligna.


Cara de Sapo controlava a entrada das pessoas naquele morro. Somente moradores tinham acesso às suas casas. Ninguém subia ou descia sem primeiro se cadastrar pessoalmente com ele. Além de ser controlador, era um carrasco. Não admitia mentiras de

nenhuma espécie. Logo ele, que na "profissão" que exercia, usava mentiras como se verdade fossem. Mentia para a polícia, para os auditores fiscais, para os jornalistas. Até para a família. Para todos, dizia ser empresário da construção. Na realidade, era construtor - mas de bombas caseiras, que usava para aterrorizar os seus adversários, contrários aos interesses dos seus negócios. Por lidar com materiais explosivos, seu corpo cheirava à mistura de querosene, óleo,

fósforo e outros materiais que usava na fabricação das bombas. Orgulhava-se, dizendo que exportara um monte de bombas para o pessoal do Bin Laden, na época da explosão das torres. Havia quem acreditasse nele.


No morro de trás, o Capitão Gancho era o maior oponente do Cara de Sapo. Como o nome dizia, ele havia perdido a mão quando inadvertidamente explodira fogos, ao testá-los.Também era uma figura dominadora, exigente, desconfiada. Gabava-se de ser honesto, pelo negócio que era sua área: produção de fogos de artifício. Segundo diziam, ele era o maior fabricante de fogos da região. Proclamava que mandava fogos para todo o país, para as grandes comemorações - principalmente, no fim do ano nas capitais. Cheirava sempre à mistura de pólvora com suor.


Capitão Gancho tinha conexões políticas, e era "protegido" por alguns políticos da área. Também exercia controle absoluto no morro. Segundo alguns moradores, todo mundo andava de crachás por lá. Se não usassem, poderiam ser abatidos que nem galinha na véspera do almoço. Piadas sobre seu modo de agir eram distribuídas nos outros morros, para que o povo não se atrevesse a desafiá-lo.


Com ambos em negócios cruzados, um na fabricação de bombas e o outro, na de fogos, viviam concorrendo pelos suprimentos de base. Os fornecedores tinham que se virar, para agradar a ambos. Por consequência, materiais fakes eram produzidos, com resultados desastrosos. Como o que ocorreu naquela rua, naquele dia. Aparentemente, o material vendido para a fabricação de bombas foi parar na fonte dos suprimentos para a de bombas, e vice-versa. Na rua, entre os morros, comemorava-se com fogos a vitória do time de futebol local. Ao acenderem os fogos, estes explodiram como bombas, lançando corpos ao ar. Quem viu, ficou horrorizado.


Pensando que o Cara de Sapo havia sido responsável por explodir as bombas - e não um acidente de fabricação -, o Capitão Gancho resolveu soltar fogos no morro do adversário, para queimar os armazéns. Mandou sua tropa executar o mandato. Enquanto isso, o oponente adivinhou o que havia acontecido e, antecipando-se, mandou a sua tropa explodir bombas no morro vizinho.


Os telejornais da noite noticiaram, com horror, o cenário dos morros em chamas, com os corpos jogados nas ruas. Saiu até nos melhores jornais do mundo. "Guerra entre bombas e fogos termina em mortes". Na Ucrânia, na Rússia, na Faixa de Gaza e em Israel, o povo pensava: " povinho maluco, os brasileiros! Querem guerra? Por que não vêm pra cá? "


 

Gattorno Giaquinto

Desafio # 61: Vilões em Guerra


1. Crie 2 personagens vilões

2. Trabalhe e diferencie suas características e pelo que eles lutam

3. Escreva um Conto de Ação e Terror de no mínimo 2000 caracteres

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