Corpo de Pedra… Pele de Rua
- Stela Alves

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É assim que a cidade se mostra. Dura como pedra. Viva como rua.

A cidade nasce como criança.
Engatinha por vielas estreitas, por avenidas amplas.
Cresce. Se transforma em adulta
A sustentação da cidade: prédios, colunas, viadutos
Range como ossos quando o trânsito passa.
Fachadas, muros, paredes, calçadas: sua pele.
A cidade descasca em cores antigas.
Reformas, demolições, reconstruções: suas cicatrizes.
Cada esquina uma lembrança do que foi.
Praças, parques, áreas verdes,
os pulmões respiram fumaça.
Passos largos de avenida.
As lágrimas são águas dos rios, chuvas, enchentes.
Dores coletivas: pontes quebradas, corpos caem.
O silêncio pesa como pedras de concreto.
Rugas são rachaduras nas paredes.
Um corpo que não para de crescer.
Se recompõe.
Se costura.
Se reinventa.
Tanto o corpo quanto a cidade não param de se mover.
Mesmo quando cansados.
Mesmo quando feridos.
Mesmo quando lembram
que nascer é também aprender a morrer.
StelaAlves
16/11/2025





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