Vejo um riacho no meio da mata atlântica de Minas Gerais onde está parte do meu coração. Atravessando trilhas em terra vermelha, no meio do vilarejo onde a história pode ser contada por suas casinhas antigas e construções rupestres. A mata é alta e lá de cima do morro avisto as montanhas ao fundo com águias sobrevoando os lugares inóspitos. Paro para sentir a temperatura da água, ainda gelada, num dia de sol tímido. As cercas das fazendas me lembram que estou em terras particulares, ainda assim o capim seco alto entre a vegetação verde típica brasileira.
Vejo o céu azul sem nuvens, o vento meio parado, mas minha caminhada continua. Tento esvaziar meus pensamentos, deixando apenas um de muito antes de saber que um dia estaria andando por essa região. Me lembro de um velho sonho onde me despedia da terra natal, tendo que sair daquela aldeia, da minha gente, do meu irmão guerreiro e da anciã dos longos cabelos acinzentados e sua grande loba solitária, momento que os três juntos me olhavam partir dizendo que era momento de ir embora. Um dia eu volto, pensava eu e me reconecto com este sagrado feminino...
Comments