Queria uma vida em prosa e em verso,
registrada numa folha de papel.
Escritas garrafais, arredondadas, furtivas, vivas!
Preenchendo, enchendo a folha saturada de escreve-apaga.
Na vida-livro, o que não der certo a gente apaga,
escreve a lápis passa a borracha, muda o destino.
Se cansar;
amassa o papel,
rasga,
joga no lixo,
faz bolinha,
chuta pro canto,
molha encharca,
esfarela o papel que de tantas tentativas em manter a palavra-verso, se fez rasura.
Ahh, ando tão cansada desse vazio-solidão
que mesmo com um lápis na mão, nada registro.
Papel em branco.
Solidão.
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