Em casa, vejo as namoradeiras
Que me olham, sorriem, encantadas
Comigo estão, sempre verdadeiras
Em outros tempos, foram iludidas
São mulheres que, amorenadas
De olhares fixos e bem diretos
Caladas, e tão bem representadas
Na janela, miravam prediletos
Nesse artesanato me encanto
Sorrio de volta, e elas dançam
Mulheres sedutoras e sem pranto
Que, comigo, muito amor balançam
Na aquarela, me inspiram os rostos
Cujos traços, observando, me atraem
Vejo tintas ganhando vida, gostos
E lembro os olhos que tanto se traem
Algumas aquarelas do curso que fiz em 2022
-MasterClass (arquivo pessoal)
Goretti Giaquinto
Desafio #78 de 365
Tema: Artesãos e Artesãs
Faça um poema de versos regulares homenageando a profissão de artesão.
Inclua neste poema um artesanato que você tenha ou faça.
Texto caracteres livres.
A curiosidade me move.
A que mexe com pensamento e minhas emoções. Não sou muito boa em trabalhos manuais, apesar de desenhar relativamente bem — à mão livre e no computador (tive que aprender a lidar com softwares específicos pra minha formação em arquitetura).
Sei costurar, bordar (mais ou menos). Gosto mais do que sei. Na verdade, gosto de bordar com brilhinhos. Tudo tem que ter um toque de brilho, pra mim. E tem que dar brilho ao meu olhar.
Gosto de aquarelar, principalmente figuras humanas. Mais do que de paisagens e de natureza morta. Talvez porque tento me ver na mistura da água com a tinta, na conexão das misturas. Que formam rostos, corpos. Que se transformam em vidas, no papel.
Por mim, enchia minha casa de artesanato. Tenho alguns, trazidos pra me lembrar de minha essência nordestina, na região sudeste que me adotou.
Gosto do que as mãos podem fazer. Do que as mãos podem transformar. Da arte que vem das mãos e do olhar, traduzindo o universo interno de quem faz. Do que acontece quando alguém olha pra arte, e se identifica. E transforma.
Suas namoradeiras namoram?😜