Zurique, vinte e três de dezembro de 1936.
Era dezembro e eu precisava das chaves para fechar a gaveta dos documentos. Procurei por toda a parte para fechar e encerrar o expediente naquela noite do dia vinte de três, véspera da véspera de natal.
Já tinha procurado por toda parte, sem sucesso. O que eu podia fazer? Sentei na cadeira da copa, enquanto eu fazia um chá. Tentei pensar em outras coisas, saindo do foco do problema. Enquanto a água aquecia, eu saí andando pelo escritório pelos caminhos que eu tinha feito, para ver se encontrava a bendita chave; sem sucesso.
Voltando para a copinha, desliguei o fogo, coloquei a água na xícara e preparei o chá. Sentei-me e calmamente tomei o chá sentindo seus aromas frutais, bem aromático. Meus pensamentos estavam me deixando louca, pois não conseguia resolver resolver meu problema.
Assim que voltei para a mesa de trabalho, encontro a chave caída debaixo da cadeira, só que os documentos tinham desaparecido. Junto com a chave, tinha um bilhete desenhado com nanquim e assinado por Jean. O bilhete dizia "nem tudo você terá enquanto não decifrar esse enigma".
Pelo jeito eu passaria a véspera de natal dentro do escritório e longe da família. O que eu teria que decifrar, eu não sabia dizer.
Para não "quebrar a cabeça" eu pensei em me deitar no sofá da sala de relaxamento e por lá eu fiquei por alguns minutos.
Levantei às pressas, peguei o desenho do Jean, observei o desenho detalhadamente por outras perspectivas, examinei as cores e texturas e tudo que eu pensava sobre fui escrevendo num outro papel a fim de descobrir o enigma que eu precisava para rever os documentos perdidos.
Fui observando os tons das cores que ele tinha usado e as camadas, descobrindo que a tinta era específica para desenhos em folhas de seda. Observei as letras e entrelinhas para descobrir as possíveis palavras escondidas e nada, apenas um lindo desenho na folha.
Me levantei e fui à copa e quando voltei, mais um bilhete na mesa, "perspicaz de sua parte, encontrar o mais sublime do meu trabalho". Agora vou te devolver seus documentos quando você me disser onde estou escondido.
Não tinha fim, agora eu tinha os documentos e a chave da gaveta e mesmo assim não podia sair, me faltava a chave do prédio. Guardei os documentos, tranquei a gaveta e guardei a chave no bolso. Peguei a bolsa e me sentei no sofá novamente, esperando uma nova ideia do que fazer.
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