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Foto do escritorStela Alves

O Espectro Da Invisibilidade X Individualidade

Nos bordejos que dou pela cidade, encontro pessoas que aos olhos dos transeuntes são invisíveis.

Nem sempre visíveis, aos meus também.

 

O invisível da alma.

Do lado a lado.

Nas calçadas, nas valetas, nos becos das favelas.

 

A verdade invisível.

A individualidade da mentira.

Contrapontos sem melodia.

Que se confrontam, se afirmam.

 

O indivíduo invisível.

E a visibilidade individual.

 

Dois pontos de partida.

Que se unem e guerreiam,

no campo de batalha sangrento, os corpos se acumulam, e se amontoam.

Os vales e as valas, estão repletos.

 

A cada avanço das milícias,

Rajadas, são ouvidas, no imenso chão vermelho.

Antes verde.

 

Percorro entre esses corpos inertes,

Decompostos, fedorentos, podre.

O invisível da dor.

O azedume dos cadáveres se mistura com o aroma de pólvora.

Emana o indivíduo.

 

Quem vencerá essa batalha?

Que o acompanha, e surge a individualidade.

Morrerás nesse barco Viking?

Que atracou a beira mar.

Que trouxe na bandeira içada seu brasão de horror.

 

Quem mais enfrenta esse conflito?

Para a sobrevivência da humanidade.

Quem ouvirá o cantar do exilado?

Quem irá suportar o grito dos torturados?

Quem vai unir os pedaços dos mutilados?

Quem sepultará essas carcaças?

No campo que se transforma em Mar Vermelho.

Á vista de todos
A milícia nas rajadas.
O chão vermelho.


 

E o navio tumbeiro, continua em alto mar.

 

Essa escrita, é dançante. Eu e meu grupo fizemos uma coreografia. Ano 2019.

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