Vamos refletir sobre o dia 07/02, hoje, marcado pelo Dia Nacional da Luta dos Povos Indígenas?
"O que os povos Indígenas e originários enfrentam desde o ano de 1756, quando ocorreu o falecimento do nativo Guarani Sepé Tiaraju, uma das grandes lideranças indígenas dos Sete Povos das Missões, liderou uma revolta contra portugueses e espanhóis. Hoje em 2024, passados 268 anos desta perda, da morte deste indígena, os povos nativos seguem lutando pelo DIREITO A TERRA, CONTRA A DESTRUIÇÃO DA NATUREZA E PELA DEMARCAÇÃO DE SUAS TERRAS". @dia.de.escrever
"O Brasil inteiro é terra indígena" @ricasaito
Lei nº 11.645, estabelece que as diretrizes e bases da educação nacional, inclua no currículo oficial da rede a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena" (planalto.gov.br)
O Museu das Culturas Indígenas localizado no bairro da Água Branca em São Paulo e em funcionamento, recebe professor@s, escolas, instituições, alunos, para visita monitorada pelos povos indígenas de todo o território nacional (se não estou enganada). O espaço é conduzido pelos povos que ocupam esse espaço de luta, de resistência, da própria cultura.
Em cada andar uma surpresa positiva, exposições permanentes e temporárias.
Eu visitei o espaço por três vezes e tive três experiências diferentes, da mesma forma que conheci pessoas e povos diferentes. Tive o prazer de conversar do vídeo que está passando no Instagram no dia de hoje, através do perfil @museudasculturasindigenas
Neste vídeo aparecem indígenas, representantes da nossa TAVA - Casa de Transformação, luta e resistência, pelo futuro e por seus ancestrais. Neste vídeo participaram: Esksilania Wassu Cocal (Mestre de Saberes), Clarice Pankararu (Supervisora de Programação), Charles Pankararu (Estagiário do Centro de Pesquisa e Referência), Yriwana Karaja (Mestre de Saberes), Paula Guajajara (Estagiária do Nutras) e Natalicio Karai (Mestre de Saberes). https://www.instagram.com/reel/C3C_L0nr02p/?igsh=MTh6ajhyY2ZvaDAydg==
Dessas pessoas de referência, tive o prazer de conversar com o Natalicio que na primeira visita dia ao museu, ele contou que quando ele vai à casa da mãe e do sogro, só se fala Guarani pela manutenção da língua nativa e que os dois, tanto a mãe quanto o sogro tem mais de 100 anos de vida. (Documentário sobre Aldeia Indígena do Pico do Jaraguá - SP - Projeto OCAP - https://www.youtube.com/watch?v=6wWHgS-YLQA) No Pico do Jaraguá tem oito aldeias indígenas num pequeno espaço de terra e eles são gratos por isso, mesmo que o espaço seja restrito, mesmo não sendo o melhor.
Conversei com a Sonia, pessoa boníssima que sempre está no museu.
Conheci e conversei com o Werá que contou sobre o respeito às fases da lua, que na lua minguante tudo se inicia, o plantio, a retirada de madeira da floresta, a construção das casas etc.
Você sabia que o Jogo da Onça é um jogo de estratégia e faz parte do projeto da escola pública municipal?Esse jogo você encontra no espaço do Museu das Culturas Indígenas localizado na rua Germanie Burchard, 451, São Paulo, Brasil.
Conheci o Maru Huni Kuin nascido na terra indígena Igarapé do Caucho, município de Tarauacá no estado do Acre, descendente dos povos Inca e Huni Kuĩ, Maru, hoje com 47 anos nasceu e cresceu na pesquisa das medicinas da floresta, junto com seus avós, que foram seus primeiros professores e também seus pais, que até hoje são o grande suporte da sua pesquisa. Viveu 16 anos nos Estados Unidos, onde divulgou sua pesquisa da ancestralidade da cultura Huni Kuĩ para os povos americanos, principalmente os povos originários. Seu retorno em 2022 para o Brasil tem a intenção de expandir a cultura medicinal da floresta, como herança da humanidade, na prática do atendimento de saúde, para oferecer amparo para esta onda de enfermidades que estamos atravessando. Na juventude, foi Cacique em sua terra indígena Igarapé do Caucho, neste período também como Pedagogo atuou em todo o Acre, revitalizando os conhecimentos tradicionais da cultura dos povos originários do Acre. Mais tarde, após uma dieta tradicional, de um ano e seis meses na floresta, chegou a conclusão que deveria levar e registrar estes conhecimentos nas grandes universidades do mundo. Unindo-seus conhecimentos ancestral à medicina moderna, viajou o mundo, pesquisando as medicinas tradicionais de todos os povos, realizando parcerias e alianças. Atualmente, vive no Estado d São Paulo e é o líder do Movimento Yuxibu, por meio do qual tem desenvolvido e trabalhado na implementação de projetos de revitalização da medicina ancestral da floresta no Brasil.
Ediele da Aldeia Pankararu que fez conosco, na primeira visita ao museu, duas danças com os cantos na língua portuguesa porque na língua Guarani, só pode acontecer na aldeia e na reza.
Na formação sobre "Cozinhas & Infâncias" conheci outro Werá da Aldeia Tenondê Porã que fica em Parelheiros, uma de suas falas foi sobre a espiritualidade para a vida do indígena, sobre a preservação da terra, das sementes crioulas. (https://www.youtube.com/watch?v=K8EnSztic9A - Bemvindo à Terra Indígena Tenondé Porã!)
Na educação infantil, a lei de nº 11.645 é trabalhada com crianças de 4, 5 e 6 anos a alguns anos, na obrigatoriedade do ensino, apresentada com histórias, vídeos, conversas com alguns convidados indígenas que foram à EMEI contar sobre a vida, as crianças, a cultura, a alimentação, a educação, as lutas e assim por diante.
Percebam essas histórias, esse conhecimento todo que transcende o que conhecemos e quem somos nós. Os Povos Indígenas são povos de grande sabedoria, que até hoje protegem as florestas, as plantas nativas medicinais, a terra, os animais.
Sejamos mais humanos, reconhecendo essa luta, seu valor.
Lutam pela vida, pela cultura, contra o preconceito, pela língua tradicional, pela demarcação dos territórios, pela educação e saúde diferenciada.
O que você aprendeu até hoje e o que o poder contrário quer que você acredita é verdadeiro? Em que você acredita?
Está no tempo de você olhar a verdade!
Somos todos povos em luta por um mundo mais humano!
Caro leitor, este texto é para você pensar e refletir sobre um tema essencial nos dias de hoje.
Inclui na publicação minhas experiências e vivências.
Todo santo dia terá um texto, serão 365 dias de escrita deste projeto!
Se inscreve, compartilhe meus textos e aproveite para deixar seu comentário!
Gratidão!
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