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Menino 22, por Alê Monteiro

Na manhã um rebento

pass-Ará rumo a outro horizonte

incitando o bando a novo levante

por transformação, justiça, paz, aumento...


Percorrerá o firmamento

por destinos diferentes,

circunstâncias futuras resilientes,

um bem viver a contento.


Bater panela é caminho certo

quando a fome de 116 milhões não incomoda nem de longe nem de perto

aos 3% dentro do curral,

cabo eleitoral

pro sociopata atroz e vil maioral

que pra dor alheia nem dá sinal?

55% das barrigas do Brasil nesse coral de estômagos ocos

e alguns achando que padecer em meio ao paraíso dos recordes de fortunas e bilionários brazucas é pouco.

Vai com a energia 22

reestruturar o antes, o agora e o depois

no compasso do pé firme idealista,

auto-descobertas, metafísicas reflexões,

alimentadas ambições

de imprimir legados, imensa lista.

Gerações repercutirão

os versos, letras e cores canalizadas em seus momentos de divagação.

Inspiração valiosa, motivadora, proeminente,

gera e cobra liderança excelente,

auto-confiante, de grandes idéias e planos,

pra mudar retrocessos presentes há anos.

Honesto, desconfiado e teimoso,

também sério, controlador e cauteloso,

diplomático, caridoso e precavido,

nas buscas por benesses alheias têm se envolvido

em múltiplas inferências.

Precisa deixar-se entrar na dança das harmonias de frequências,

se envolver, sem vassalagem, subserviência

e seguir entoando a vida loas, odes, capoeiras e paixão

agradecendo por tudo que enfeita o jardim do seu coração.

Como cantar odes à alegria

quando o roncar do vizinho lhe bate à porta todo santo dia?

Ontem, 21, tinha 22. Nesse hoje 22 já tem 23. No próximo ano, 24.

Pra ti cada dia é um parto,

mas também celebração

de cada evento, mudança, emoção.

Direciona teus passos,

que só a tua caminhada pertencem,

a formar traços

que ao tecido da existência alheia fortalecem.

Sou grato por alimentar

de emoções positivas minha oratória,

trazendo a meu caminhar

mais belezas pra memória.

Quer por palavras, cores, percepções ou mantras,

o que importa é que, com teu sonhar e fazer, encantas.

Por isso desejo que nossas prosas sigam, tortas e tantas,

sempre arraigadas no lado esquerdo do peito.

Grudou! Não tem jeito!

Seguirás firme nas batalhas,

com estratégia ou marra, mas saltando muralhas,

lidando com essa terra de desiguais

enfrentando a todos os ais.

Sonharás, pois esse é teu norte,

o que te põe de pé, forte,

enfrentando o dia-a-dia,

cotidiano que desafia.

Enquanto não passa esse momento,

ou vem outro levante sob o firmamento,

te colocas a maturar, desenvolver, analisar,

planos complexos pra acelerar

iniciativas comunitárias.

Corres por frentes várias

formando pontes,

buscando fontes

baseadas em argumentos

de quem não vê nem de longe polpudos aumentos,

mas no oco de seu ventre apenas inanição,

justificando o poeta na composição

a favor do "Dá de comer"

pra dor alheia esmorecer.

A vida quarentenada tem

dores e desafios mais numerosos que a Estação Leopoldina contém

nessa terra de mares de coberturas, lajes e favelas

quem saciará a fome do país dos banguelas?





Alê Monteiro, 43, é permacultor, sagitariano e morador do Capão Redondo.


Ele é um dos Novos Autores que fazem parte do grupo #LGBTQIA+ do projeto É DIA DE ESCREVER


Segue ele no instagram @ale_mon1950

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