Levou um tempo para eu entender o que acontecia a minha volta.
A pressão dos meus pais, os cuidados com meu irmão.
As batidas na portas.
Tudo assustava.
Não ande com o vidro do carro fechado, sempre aberto, sem caronas.
Um apito, uma parada, uma revista brusca.
Segue. O alivio.
O medo maior era ficar no ponto do ônibus, aguardando o transporte. Camburão, passa, abaixa o vidro, encara, logo no banco de trás surge a metralhadora.
Vão embora, só para assustar e deixar bem claro quem dá as ordens.
Rota nas ruas.
Corre, corre, e o grupo de amigos papeando desmancha cada qual em seu canto.
Holocausto, deixou de existir?
Ainda não entendo o que acontece a minha volta.
#27 - Holocausto
Comments