Toda manhã, Doroty pegava o busão, fazia baldeação até chegar no prédio onde trabalhava. Entrava no prédio, trocava de roupa, passava no corredor cumprimentando seus colegas de forma bem discreta, passava a mão na prancheta e entrava em uma das salas geladas.
Será que morava na região periférica da cidade, era uma das minhas indagações. Ela nunca pegava carona no carro oficial, nunca saía para a "hora feliz", todo dia era do trabalho para casa.
Naquela tarde acinzentada, meus últimos pacientes desmarcaram seus horários. Eu finalmente ia para casa mais cedo, peguei minha chave, a jaqueta e a mochila, fechei a clínica e fui caminhando até a estação de metrô, até que avistei a Doroty escorada no poste do ponto de ônibus.
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