(Referência de imagens: Mídia do WIX)
“Everything I do, I do it for you” / "Tudo o que eu faço, eu faço por você" foi a música que sempre me acompanhou, pela vida afora. Embora no início eu não entendesse muito a letra, adorava a melodia cantada pelo Bryan Adams, por sentir que era romântica. E eu era uma romântica de carteirinha. Não deixei de ser, apenas deixei de lado, enterrei no fundo do meu coração – como na letra da música.
Escutar música ao chegar em casa era a primeira coisa que eu fazia. Ou a última, antes de dormir. Gostava das músicas estrangeiras, românticas, bem melosas. Nada do som eletrônico da maioria das músicas de sucesso de hoje. A rádio Antena 1, do Rio de Janeiro, era a minha preferida. Golden Days trazia as melhores destas canções, a meu ver. Naquela época, rádios e walkman tocavam estas músicas, que gravávamos em fitas K-7. Nada de iphones, ipods, spotify, Youtube. Quando muito, comprávamos os long play, discos de vinil (LPs). Hoje em dia, estes discos alcançam valor alto para colecionadores, e os DJs ainda preferem o som claro dos vinis, para tocar nas raves que arrastam multidões de jovens, embalados por algum tipo de pílula alucinógena.
(Referência de imagens: Mídia do WIX)
Nunca fui muito de decorar letras, daí não guardo na memória as boas músicas brasileiras, da minha época. Cantava junto, mas esquecia logo. Como se ouvir em inglês marcasse mais a minha alma, bem sofrida, por ser uma menina e jovem adulta séria e melancólica.
“Olhe dentro dos meus olhos e você vai ver
o que você significa para mim.
Procure em seu coração, procure em sua alma.
E quando você me encontrar lá, não vai procurar mais”.
Tem palavras mais românticas do que estas? Eu procurava ardentemente por olhos que me olhassem desta forma, sem ter sucesso. Envolvia-me com almas que não me deixavam penetrar o olhar mais fundo do que estava estampado no rosto. Era uma busca incessante e infrutífera. Era uma sofrência total digna de adolescente com explosão de ormônios atirando em todas as direções.
“Não me diga que não vale a pena tentar.
Você não pode me dizer que não vale a pena morrer por isso.
Você sabe que é verdade, tudo o que eu faço, eu faço por você”.
Assistia filmes românticos, tentando me projetar nas telas como as heroínas que, no final, encontravam seu grande amor. Em busca de alguém que me dissesse o que eu queria escutar, de forma amorosa.
“Olhe dentro do seu coração, você vai encontrar.
Não existe nada lá para esconder.
Me aceite como sou, fique com minha vida”.
Romantismo parece perdido no tempo. Amor para toda uma vida, almas que se encontram, olham-se nos olhos, reconhecem-se, aceitam e escolhem um ao outro. A modernidade trouxe a tecnologia, a comunicação, a proximidade entre os mundos. No entanto, este mesmo mundo parece ter afastado mais as pessoas. A comunicação está meio truncada, fora de foco, cheia de interferências. Casais não se encontram mais. Trocar de parceiro está mais fácil do que aparar as arestas e permancer unido, se a relação for saudável.
“Eu daria tudo, eu me sacrificaria.
Não me diga que não vale a pena lutar.
Eu não consigo evitar, não há nada que eu queira mais.
Você sabe que é verdade, tudo o que eu faço, eu faço por você”.
Amar significa aceitar o outro com seus defeitos. Ter parceria. Um lutar pelo outro. Não jogar a toalha ao primeiro desafio. Persistir sem insistir. Ficar por querer permanecer na relação, que ainda vale a pena.
“Não existe amor igual ao meu amor,
e nenhum outro poderia oferecer mais amor.
Não existe lugar, a não ser que você esteja lá,
o tempo todo, até o fim.
Olhe para o seu coração, querida”.
Será que ainda existe lugar para romantismo neste mundo globalizado, individualista, tecnológico? Será que ainda existe este tipo de amor sincero, companheiro, de doação?
Torço para que os jovens de hoje encontrem-se nos olhos profundos um do outro, e que se percam infinitamente nesta profundidade. E que amar ainda valha a pena, apesar de tudo. Quem sabe até, que seja eterno, enquanto dure - como dizia o poeta Vinícius de Moraes.
Gattorno Giaquinto
Desafio #69/365: Resenhando Hit’s da Minha Vida
1. Escolha uma música que te marcou por algum motivo
2. Descreva o motivo da música ter marcado sua vida no primeiro parágrafo
3. Utilize o resto texto para fazer uma análise da letra e/ou melodia
A brincadeira é pegar aquela música que não sai do seu fone, do seu rádio, youtube. Aquela que marcou por algum motivo e contar porque ela te marcou e fazer uma análise da letra e/ou melodia.
Comments