Tomei a liberdade e adaptei a frase da grande Sueli Carneiro, "entre direita e esquerda, eu continuo sendo preta", e hoje, essa frase é a que melhor resume o meu sentimento atual:
Entre Direita e Esquerda, Continuo Sendo Pessoa com Deficiência
Isso quer dizer que eu me tornei "apolítico"? Não.
Quer dizer que eu acho que direita e esquerda são a mesma coisa? Não.
Eu continuo sendo uma pessoa de esquerda radical, até porque eu sigo ideias e conceitos, não pessoas.
Mas nem por isso eu posso fechar os olhos para o capacitismo e falta de interesse pela pauta PCD, existe "nas esquerdas", inclusive na radical.
Ao contrario da direita que é abertamente capacitista, a esquerda é capacitista se escorando na verdade do conceito estrutural:
"Sou capacitista por culpa da estrutura e se a estrutura é assim a culpa não é minha".
Espaços canhotos não são convidativos a nós (PcD's), sendo na maioria inacessíveis (acessibilidade não é só rampa) e a falta de interesse em conhecer sobre nossa opressão é clara como água mineral.
Um reflexo disso (longe de ser a representação do todo, mas uma fatia importante enquanto análise), é que nessa onda de "webcomunismo" nenhum criador de conteúdo com relevância numérica e engajamento tem um vídeo sequer discutindo Pessoa com Deficiência, inclusão e capacitismo.
Pelo visto, o fato de falar sobre a pauta PcD não gerar views, então a gente é menos importante do que reagir ao Monark, Primo Rico e afins...
Ainda que a gente lute com a esquerda, a esquerda não luta com a gente. Por isso esse sentimento de solidão politica.
PAULO FABIÃO
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