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Foto do escritorBob Wilson

Dia Mundial do Rock: Todos Temos Uma História Com Ele

Atualizado: 14 de jul. de 2024

Ah, o rock! Esse gênero musical que, há décadas, transforma jovens pacatos em deuses rebeldes. E não é que o Brasil, o país do samba e da bossa nova, arranjou uma data para celebrar esse barulho maravilhoso? Sim, senhoras e senhores, é no dia 13 de julho que comemoramos o Dia Mundial do Rock. Mas não vamos nos precipitar. O dia é mundial, mas só é comemorado no Brasil (Vai entender!)




Antes de colocar sua camiseta do “KISS” e sair gritando "Rock and Roll All Nite", por aí vamos dar uma olhada na história e nas peculiaridades desse dia.




A origem do Dia Mundial do Rock é quase tão caótica quanto um solo do Jimi Hendrix. Tudo começou em 1985, com o Live Aid, um evento monumental criado por Bob Geldof (Cantor, Compositor e Humanista) e Midge Ure (Guitarrista, Cantor e Compositor) para arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia. Esse evento reuniu uma lista invejável de estrelas, de Queen a U2, e aconteceu simultaneamente em Londres e Filadélfia (e alguns artistas se apresentaram em Sidney, Moscou e Tóquio). Foi uma das maiores apresentações transmitidas para todo mundo. Estima-se que mais de 100 países assistiram ao festival atingindo 1,5 bilhões de pessoas. 



E como um solo de guitarra que ecoa pelos amplificadores, o pedido do Phil Collins (que durante sua apresentação falou que aquilo que estava acontecendo era tão potente que aquele dia deveria ser reconhecido como o dia mundial do rock) viajou o mundo e chegou aqui no Brasil. Foi quando a Rádio Rock (hoje 89 FM) e 97 Rock FM, 5 anos depois, propuseram que o dia fosse celebrado anualmente. E foi assim que fãs e amantes do Rock instituíram o 13 de julho como o Dia Mundial do Rock. Claro, ninguém perguntou se o restante do mundo estava de acordo, mas nós abraçamos a ideia e desde então, é assim que é.


Outros países também tem suas datas. O EUA tem logo é 3 datas: 09 de fevereiro (1º show do Beatles por lá), 05 de junho (que tem como referência à gravação de "That's all right", de Elvis Presley) e 09 de julho (em homenagem ao programa "American Bandstand", de Dick Clark, um dos principais disseminadores do rock no país). 

 

As primeiras bandas de rock no Brasil surgiram nos anos 50, logo após a chegada do rock’n’roll americano. “Os Mutantes”, liderados por Rita Lee, foram pioneiros, misturando o rock com o tropicalismo e ganhando notoriedade no exterior. Outra banda que merece destaque (e divide opiniões) é a “Legião Urbana”, que conquistou uma legião de fãs (trocadilho intencional) com suas letras profundas e melodias marcantes.


Falando em reconhecimento internacional, o Brasil nunca fez feio. Bandas como “Sepultura” e “Angra” conquistaram fãs ao redor do mundo. O Sepultura, em particular, mostrou que um país tropical também pode produzir um metal pesado de qualidade misturando nossos instrumentos e referências nacionais. Até hoje, eles são reverenciados em festivais internacionais, provando que nossa exportação não se resume a futebol e carnaval.


Como titio Bob Wilson, também é cultura, números e curiosidades, trago dados e fatos para vocês hoje também, porque sem dados a crônica fica tão vazia quanto um show de rock da banda do seu amigo de escola/trabalho. De acordo com um estudo do IFPI, os países que mais escutam rock são os Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha. Isso mesmo, enquanto estamos sambando e curtindo um pagode, nossos amigos gringos estão balançando a cabeça ao som de AC/DC e Metallica. E por falar em vendas, os Beatles, esses ingleses simpáticos, ainda são os campeões, tendo vendido mais de 600 milhões de discos até hoje. Quando minha banda vendeu 100 discos, me senti o dono do mundo. Invejável. 


E toma aqui mais uma curiosidade sobre o “Beatles”. Bombou nas redes esses dias uma influenciadora gringa espantada ao descobrir que “Beatles” se escreve com “A” no meio porque isso é uma brincadeira com a palavra “BEAT”, em inglês. Vocês sabiam dessa?

Ainda sobre os países que mais escutam Rock no mundo, o Brasil não fica muito longe das primeiras posições. Em pesquisa realizada pelo Spotify em 2018, o país ficou com a 13ª posição. Hoje, muito se fala da morte do Rock aqui em terras tupinikins. Confesso que eu, um rokeiro punk-emo-apaixonado, hoje me sinto muito mais conectado com o HIP HOP do que com o Rock. Sinto que o HIP HOP encontrou a forma de se conectar com o público e passar uma mensagem qualificada mantendo o ritmo e pegada do som. O Rock nacional, para mim, parece que se perdeu com tantos festivais, SESC’s, dinheiro, redes sociais… Não que eu romantize carregar amplificadores nas costas e tocar para 5 pessoas em bares por aí. Mas, para mim é cada dia mais raro encontrar uma banda de rock com mensagens deveras importante. O rock, aos poucos foi deixando de ser marginal por aqui. E, uma opinião particular, poucas são as produções de valor e peso na mensagem dentro da música que partem da classe média-alta, branca, mimada. 


Mas isso, é papo para outra hora. Hoje estamos aqui para enaltecer o tal do “Rock”, e não para enterrarmos ele de vez.


Vamos falar sobre shows? Ah, os shows! “U2” e “Rolling Stones” disputam o título de bandas que mais lotaram estádios pelo mundo. Sabiam dessa? Com suas turnês faraônicas, eles arrecadaram bilhões e continuam a tocar como se o tempo não passasse para eles. Entre as brasileiras, os “Paralamas do Sucesso” e o “Barão Vermelho” também deixaram sua marca, mas em uma escala um pouco mais modesta, é claro.


Agora para aí e faça esse exercício: Top 10 bandas brasileiras de rock (se quiser colocar umas gringas, pode também vai)


  • Charlie Brown Jr




  • Paralamas do Sucesso



  • Dead Fish



  • Pense



  • RPM

  • Mutantes



  • Surra



  • Fullheart



  • Janis Joplin



  • Legião urbana (é, eu gosto)


Antes de acabar esse texto, queria trazer outra curiosidade para vocês. Vamos falar sobre instrumento que é o coração do rock e foi introduzido no Brasil com muita resistência: A guitarra.


No começo, a guitarra elétrica era vista como uma ameaça aos "bons costumes" e à "música de verdade". Só que não se pode conter a revolução, certo? Na década de 60, guitarristas como Lanny Gordin começaram a misturar a guitarra elétrica com ritmos brasileiros, criando um som único e mostrando que o rock podia ser tão brasileiro quanto a feijoada. Era uma época de efervescência cultural, política e social. Foi nesse caldeirão fervente que Gilberto Gil, um dos maiores nomes da música brasileira, tomou uma decisão que mudaria o curso da MPB (Música Popular Brasileira): incorporar a guitarra elétrica em suas composições. A primeira vez que Gilberto Gil usou a guitarra elétrica em suas músicas foi com a canção "Domingo no Parque", apresentada no III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, em 1967. A performance, que contou com a participação da banda de rock Os Mutantes, chocou e encantou o público ao mesmo tempo. A introdução da guitarra elétrica em uma música brasileira tradicional foi vista como um ato de rebeldia e inovação. Contudo, a recepção não foi inteiramente positiva. A resistência veio de várias frentes. Puristas da MPB, como o crítico José Ramos Tinhorão, acusavam Gil de estar "americanizando" a música brasileira e traindo suas raízes culturais. Tinhorão foi um dos críticos mais severos do Tropicalismo, argumentando que a inclusão de instrumentos elétricos e a mistura de estilos estrangeiros com a música brasileira eram uma ameaça à identidade nacional.

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