Comodo do Troninho
Dos azulejos estufados até a privada sem tampa, o cômodo do troninho é um ambiente de higiene e reflexão.
A janela enferrujada não se fecha por completo, permitindo sempre a entrada da brisa em todas as estações.
A descarga do troninho, que vive estragando, é de um modelo antigo, daqueles que você tem que puxar uma cordinha igual a do apito do trem (inclusive é igualmente barulhenta).
O ralo por onde escorre toda a água do banho é meio quebrado, permitindo a vista de um cano distante.
Os azulejos são de diversos tons de bege e marrom, e de várias texturas também, provavelmente são os restos de alguma outra construção.
A porta é de madeira, mas não fecha direito, então sempre tenha cautela ao entrar, para que não haja encontros constrangedores.
Dos azulejos estufados até a privada sem tampa, o cômodo do troninho é um ambiente de higiene e reflexão.
Lá da janela
Lá da janela do quarto dos meus pais eu vejo ao fundo a Serra da Mantiqueira, dias azul, dias esverdeada e dias coberta de nuvens.
Em frente à Serra há inúmeras casas da minha cidadezinha do interior, com seus diversos tipos de telhados.
À esquerda, vejo algumas bananeiras que às vezes são local de alimentação e descanso para alguns tucanos.
À minha frente, está o quintal de minha casa, com algumas plantas que só bebem água quando São Pedro resolve mandar chuva.
A vista fica mais bonita no crepúsculo, quando a Serra se enche de sombras roxas e laranjas.
Lá da janela, é essa a vista.
Maria Clara Martins tem 18 anos e integra o Grupo de Negritudes do projeto É DIA DE ESCREVER.
Quer ler mais dos seus textos e conhecê-la mais? segue ela no @perfectclarita
Arrasou demais, sua escrita é linda!!