Com a chegada da noite começaram as contrações, a imperatriz estava adentrando
o árduo trabalho de trazer uma nova vida ao mundo. Um corvo pousou numa das janelas do quarto e cacarejou uma única vez.
(parteira) – Está quase lá, senhora; e então ouviu-se um breve choro.
A parteira então deixou a criança no colo de sua mãe, e então os olhos da pequena
se abriram, olhos negros como a noite, e cheios de brilho como o luar.
(imperatriz) – Você será Tahany, filha da lua; e então a criança agarrou o dedo de sua
mãe com sua mãozinha frágil e pequena.
Então um segundo corvo pousou ao lado do primeiro, e este cacarejou duas vezes;
a imperatriz sentiu uma forte contração, e então pôde-se ouvir mais um choro;
(parteira) – É mais uma menina, senhora!
A parteira novamente deixou a recém nascida nos braços da imperatriz.
(imperatriz) – E você será Tanana, filha do sol; e então seus olhos se abriram, fixados
no rosto de sua mãe, seus olhos cor de mel lembravam o brilho do sol num fim de
tarde.
Tahany e Tanana desde pequenas eram treinadas para batalhas, Tahany era ágil e
astuta como um corvo, como seu corvo Hugin; a força bruta de Tahany e sua agilidade
com o machado faziam dela uma máquina de combate, calculava todo e qualquer movimento, ela nunca hesitava em cravar seu machado na carne inimiga. Tanana não
se dedicava muito à arte da guerra, não fazia o seu perfil, porém era habilidosa e leve
como um chicote, era rápida e furtiva, não fazia o uso de armas, seu corpo seria sua
única arma, e sua mente era a mais letal de todas; os sons e vibrações eram fundamentais para que Tanana atacasse, sua audição era aguçada e perigosa, assimilando-se à seu corvo, Muning, seu maior parceiro e aliado.
As garotas cresciam cheias de vida e valores herdados de seus pais, a imperatriz
Frankya e o imperador Odin. A feiticeira do lago, Crinéra, ensinava à elas a arte da alquimia, encantando os olhares das jovens garotas com poções borbulhantes e fragrâncias delirantes; o lago onde a feiticeira trabalhava em suas mais variadas poções era tido como amaldiçoado, abrigando uma força tão destruidora e mortal quanto qualquer outra, onde somente a própria controla quando seu senhor deseja seus trabalhos.
Quando Tahany e Tanana completaram dezenove anos havia chegado a hora de
realizar o ritual sagrado que selaria perante os deuses nórdicos o elo que ambas carregam dentro de si. As meninas foram vestidas com camisolas brancas; a imperatriz vestia um vestido vermelho enfeitado com detalhes de ouro e um manto preto que se arrastava pelo chão do grande salão de cerimônia, que estava enfeitado com crânios inimigos, espadas e machados considerados sagrados por pertencerem à antigos guerreiros, assim como suas velhas armaduras e amuletos sagrados abençoado pelos deuses.
A imperatriz estava sentada num trono de ferro, no centro do altar, à sua esquerda
estava Tahany, e à sua direita estava Tanana. O corpo da feiticeira do lago estava envolvido por galhos e folhas, pois a mesma nascera como uma ninfa da natureza, uma ninfa feiticeira; seus cabelos compridos e negros como a noite estavam envolvidos em uma trança, que fora presa em uma flor chamada de flor do sol; seus olhos eram castanhos como o cacau, e sua pele negra e radiante destacava sua beleza; a mesma carregava um cálice de prata cheio de sangue para realizar o ritual, ela então apoiou o cálice em uma pequena mesa de madeira e começou a cantar uma antiga canção que lhe foi ensinada pelas ninfas antigas, fez um gesto para que as irmãs viessem até ela, então pegou da mesa uma adaga afiada, pediu para que as garotas estendessem os pulsos e fez um corte no pulso de cada uma, enquanto proferia as palavras do sagrado ritual. A pele se rasgava e o sangue escorria para
dentro do cálice, primeiro foi Tahany, e depois Tanana. A feiticeira então Mergulhou seus dedos no sangue do cálice e se aproximou de Tahany, desenhou em sua testa o símbolo da lua, e então se aproximou de Tanana e desenhou em sua testa o símbolo do sol; os símbolos começaram a reluzir e queimar a pele das irmãs, se transformando em marcas eternas na pele de ambas. A feiticeira então se colocou defronte às irmãs e proferiu a seguinte frase:
- Dette merket forsegler mellom deg et bånd som aldri må brytes, hvis du bryter det
båndet, vil du vekke dyret som bor i den forbannede innsjøen.
A imperatriz então veio ao encontro das meninas, e colocou no pescoço de cada um
amuleto coincidente com as marcas na pele das irmãs, e então disse:
- Vocês serão o legado de nosso nome; sejam sábias e corajosas e jamais se virem
uma contra a outra.
As irmãs então encostaram as testas e juntaram ambas as marcas, e então os
amuletos começaram a exalar um brilho dourado e majestoso, e proferiram juntas:
- Juramos honrar o legado de nosso império. Jamais deixaremos qualquer inimigo nos
separar.
E então estava selado o pacto de irmandade entre Tahany e Tanana, um pacto de
sangue que deve ser eterno e nunca deve ser quebrado.
No salão de festas todos comiam, bebiam, cantavam e dançavam felizes. O
imperador então levantou seu chifre que continha cerveja e disse:
- Pelas minhas filhas e pelo nosso império! Skål.
(multidão) - Skål!
O tempo foi passando, entre batalhas e sangue derrubado em nome da glória dos
maiores guerreiros; o imperador Odin tinha partido rumo à uma batalha há 3 dias, enquanto as garotas treinavam arduamente junto à sua mãe para quando chegasse o momento decisivo, a última batalha contra um dos impérios inimigos mais fortes, um império à altura do império de Odin.
Se passaram cinco dias desde que Odin havia partido, as irmãs e a imperatriz estavam preocupadas com o mesmo; a imperatriz havia consultado a feiticeira, e a mesma havia dito que um grande guerreiro havia derramado sangue em batalha. A imperatriz então voltou para casa com o coração apertado e dominado pelo ódio e pela angústia, derramou sozinha pesadas lágrimas, contudo perante suas filhas não demonstrava qualquer fraqueza, nunca baixava a cabeça, queria que as meninas crescessem fortes e destemidas como ela, mas no fundo a mesma sabia que nem toda força e coragem do mundo era suficiente para suportar a realidade da guerra, ela sabia que tinha medo, muito medo, e que jamais o demonstraria. Levaria qualquer sinal de fraqueza consigo para seu túmulo.
Um mensageiro entrou no salão onde estavam a imperatriz e as irmãs, e então declarou a morte do imperador Odin. As irmãs ficaram em choque e caíram em prantos; a imperatriz, com uma voz decidida porém tomada pela tristeza pediu ao mensageiro que espalhasse a notícia para o povo. Quando os guerreiros que restaram retornaram da batalha com o corpo do imperador foi realizado um funeral grandioso e festivo. Estavam todos tristes por terem perdido um grande guerreiro, no entanto comemoravam o fato de que esse grande guerreiro iria para Valhala comemorar e cear com os deuses; seu caixão de madeira aberto foi deixado no lago, na esperança de que sua alma viria a conter a besta do lago.
Chegara o dia em que a imperatriz enfrentaria o campo de batalha. A mesma
colocou sua armadura e empunhou seu machado e seu escudo e se despediu das
filhas. Disse à elas:
- Vocês são fortes e corajosas, ficarão bem. Aconteça o que acontecer, nunca se
separem.
E então foi para o campo de batalha; os machados cortavam a pele dos guerreiros, o
sangue escorria pelas lâminas e pingava no chão, as cabeças rolavam e os corpos caíam sem vida batendo contra o solo;
A imperatriz retornou para seu império, para suas filhas. Seu exército conquistou a
vitória contra aqueles malditos oportunistas. As irmãs receberam sua mãe com um brilho radiante no olhar e um choro pesado e sincero, de alegria e alívio. Preparou-se um jantar de comemoração, estavam todos alegres, festivos, dançando e bebendo, a mesa era farta e os brindes à vontade, a imperatriz Frankya saudava à todos contando sobre o campo de batalha que ficou regado em sangue e banhado em glória. Ao cair tarde da noite Frankya fora colocar as irmãs na cama, antes reuniu ambas e contou- lhes sobre os deuses, sobre Valhala; disse a elas que se fossem guerreiras corajosas conquistariam seu lugar em Valhala, junto dela, quando morresse, e junto de seu pai Odin.
- Sejam fortes e corajosas, minhas filhas, e conquistarão seu lugar em Valhala; irão
cear com os deuses e dançar com aqueles que um dia estiveram nesse mundo meramente humano.
Levou então as garotas até um enorme corredor onde ficava o quarto de ambas, deu
um beijo na testa de Tahany e de Tanana, e então as meninas entraram para os quartos. A imperatriz estava caminhando rumo à seus aposentos; observava a noite carente de brilho passar pela enorme janela que ficava ao final do corredor, e lá estavam Hugin e Munin, parados na janela, em total silêncio e serenidade. A imperatriz então aproximou-se deles, e então ambos cacarejaram alto. A face da imperatriz se tornou pálida, gélida; sentia suas costas sendo perfurada, uma flecha a tinha atingido; rasgava sua pele e adentrava sua carne, e então Frankya proferiu suas últimas palavras:
- Eu sei que pode me ouvir, Odin, cuide bem de nossas filhas, o destino delas está
com Crinéra agora. Então seu corpo caiu escorregando pela parede, e morrera apoiada na janela. Os corvos então cacarejaram uma última vez e voaram para bem longe.
Ao amanhecer as garotas foram acordadas com a notícia de que um golpe infiel havia tirado a vida de sua mãe. Prepararam um lindo funeral, todos louvavam a imperatriz, que havia partido para sua jornada em Valhala. Frankya finalmente se juntaria à seu marido, Odin.
- Eu vos digo, skål!
Se passaram três dias desde a morte da imperatriz, havia sido planejada uma grande cerimônia para que as irmãs assumissem o império em honra à seus pais. Crinéra vinha chegando com o sangue para a cerimônia, desenhou com o mesmo no rosto de Tahany e Tanana e então disse em voz elevada, para que todos pudessem ouvir.
- Saúdam Tahany e Tanana, as herdeiras do Império Glorioso. Então todos
comemoraram:
(multidão) – saudamos Tahany e Tanana, herdeiras do Império Glorioso. Skål!
Então as irmãs avistaram os corvos se aproximarem, Hugin pousou sob o ombro de
Tahany, e Munin pousou sob o ombro de Tanana.
Se passaram 3 anos desde que o Império Glorioso havia se tornado um império de
ruínas. Estava agora abandonado e se esvaindo aos poucos. Tahany havia deixado o império numa fria madrugada, e então ergueu o seu próprio, e Tanana só percebeu que havia para si um destino glorioso fora dali; ergueu também seu próprio império.
Não sabe-se o que causou a separação das irmãs, as únicas informações que se tinha
era de que Tahany havia sido levada em cativeiro pela própria irmã, que a acusava de ter tentado envenená-la ao servir um chá de ervas à mesma. Antes de tal episódio Tahany havia sido flechada enquanto nadava no lago, assim como aconteceu com sua mãe, mas ela sobreviveu, acordou num lugar que não conhecia. Um jovem belo, de cabelos longos e desgrenhados envolvidos em um coque, e vestido em uma bela armadura se apresentou como Nawa. Ele havia encontrado ela desacordada e nua na beira do lago; estava sangrando, com vários cortes espalhados por sua pele e... uma marca, Tahany havia sido marcada em seu próprio corpo. Nawa havia cuidado de Tahany, ele a vestiu e cuidou de seus ferimentos para que os cortes se fechassem, e para que conseguisse estancar o sangue da marca.
(Nawa) – que bom que acordou, eu estava preocupado se você estava bem, ficou
desacordada por dois dias inteiros. Tahany o olhou fixamente, seus olhos eram negros
como a noite, e isso a encantou de uma certa forma.
(Tahany) – Estou grata por ter cuidado de mim e dessas feridas. Eu sou a Tahany.
(Nawa) – Tahany, a filha da imperatriz. Você é uma das irmãs da profecia, não é?
(Tahany) – Profecia? Do que você está falando?
(Nawa) – Você não sabe? Você e sua irmã se separaram, quebraram o pacto de
irmandade.
(Tahany) – Isso é pura bobagem! Tanana me traiu e eu jamais a perdoarei por isso,
não existe mais elo nenhum entre nós.
(Nawa) – Então vamos pedir aos deuses para que a besta do lago não se desperte
por conta da profecia.
Tahany apenas deu de ombros.
O dia já caía tarde, Tahany havia retornado da batalha contra sua irmã; uma entre
muitas que regaram o solo com sangue; ainda não haviam lutado frente à frente, mas sabiam que seria inevitável uma das duas morrerem, e agora estavam mais perto do que nunca desse dia. Haviam declarado uma última batalha para decidir qual império prevaleceria, não foi uma decisão delas, a profecia havia de se concretizar, ambos os impérios estavam sofrendo com os ataques de terríveis feras carnívoras que acreditava-se ter sido enviadas pela besta do lago, a besta estava furiosa e o único jeito de dar um fim nesses ataques seria sacrificando uma das irmãs para saciar seu desejo de sangue humano. Haveria de ser Tahany? Afinal ela tinha a marca. A marca que à levaria à Valhala ou que a mataria?
As irmãs receberam uma carta há dez dias antes de tomarem tal decisão, a feiticeira
do lago convocava ambas para o ritual da profecia. Elas deveriam se encontrar no lago ao bater o início da noite.
Tahany fora acompanhada por Nawa, que havia se tornado seu guerreiro de confiança e seu guardião. Estavam chegando perto da árvore onde as irmãs se sentavam para lerem livros quando ainda eram novas. Ao passo em que Tahany e Nawa se aproximavam podiam avistar Tanana. A mesma estava acompanhada de uma jovem alta, de cabelos curtos e vestida em uma armadura. Tahany manteve a pose apesar de estar sentindo ódio de Tanana, ela continha toda a raiva atrás de uma expressão sarcástica, caminhava lentamente à frente de Nawa; Tanana também caminhava lentamente afrente da jovem que à acompanhava, mantinha uma pose sarcástica como Tahany. Ambas estavam acompanhadas pelos mesmos corvos que estavam com elas no dia em que herdaram o Império Glorioso.
Pararam defronte uma para a outra e seus olhares se atravessaram como lâminas
mortais. Tanana desfez a expressão sarcástica.
(Tanana) – Bom saber que você está bem, Tahany.
(Tahany) – Infelizmente não posso retribuir esse sentimento, irmã.
Então avistaram Crinéra se aproximando com dois cálices vazios nas mãos e uma
adaga, os quais colocou no chão; e então se virou para as irmãs:
(Crinéra) – Que bom que vieram, precisamos resolver de uma vez por todas os
ataques que vêm banhando a região em caos e mortes. Vocês sabiam desde o começo que a quebra do pacto traria a desonra e a ruína à nossas terras, a besta do lago foi insultada, vocês causaram o desequilíbrio entre as forças antigas que regem cada centímetro deste lugar.
Tanana olhou confusa para Crinéra e perguntou:
(Tanana) – Forças? Do que se trata tudo isso afinal?
(Crinéra) – Há muito tempo dois irmãos se desentenderam e se separaram, abandonando o império que haviam herdado de seus pais; então o império se tornou ruínas, e o feiticeiro da floresta, meu nono, praguejou contra os irmãos. A punição que receberam foi se fundirem em um único corpo, se tornaram uma maldição viva.
(Tahany e Tanana) – A besta do lago!
(Crinéra) – Então o feiticeiro, que falava pelos deuses, decretou então tal profecia,
perante todo o povo, e então quando se levantassem dois impérios nas mesmas terras
e de uma mesma linhagem um deles teria de cair para sempre.
Todos olharam com receio para a feiticeira, o olhar das irmãs se cruzaram, todos já
sabiam que uma das duas irmãs teria de começar sua jornada em Valhala em breve.
(Crinéra) – Tahany e Tanana, vocês devem se enfrentar em uma última batalha,
frente à frente, e uma de vocês cairá em sacrifício à profecia, ou toda a região sucumbirá em ruínas e destruição e será tomada pela fúria da besta.
As irmãs ergueram a cabeça, olharam decididamente para Crinéra e então disseram,
juntas:
(Tahany e Tanana) – Faremos isso.
(Crinéra) – Ótimo! Estendam os pulsos para que eu possa selar o início de uma nova
era.
Elas estenderam os pulsos. Crinéra fez um corte com a adaga e deixou que o sangue escorresse para dentro dos cálices, misturando os dois sangues em ambos os cálices.
Tahany e Tanana tomaram cada uma um cálice nas mãos e beberam o sangue. Os
olhos de Tanana passaram de cor de mel para vermelho sangue, e os olhos de Tahany ficaram completamente negros.
(Crinéra) – Muito bem! Eu desejo uma batalha justa à vocês. De qualquer forma, nos
reencontraremos em Valhala. Crinéra então se curvou com as mãos cruzadas diante das irmãs e desapareceu em névoa.
(Tahany) – Nos vemos amanhã, ao nascer do dia.
(Tanana) – Estarei lá.
As irmãs se abraçaram, um abraço apertado, e então os olhos de ambas começaram a derrubar lágrimas de sangue. Realmente teria sido um movimento inusitado.
O dia nasceu com um sentimento mórbido, o povo já aguardava Tahany e Tanana
no campo de batalha. Não haveria exército, somente as duas se enfrentando frente à frente.
Tahany estava pronta, e já seguia rumo ao campo de batalha; seu corvo Hugin seguiu com ela, apoiado em seu ombro, assim como Munin seguiu com Tanana para o campo de batalha.
As irmãs finalmente estavam frente à frente prontas para a batalha; Hugin e Munin voaram em direção à uma enorme árvore e lá pousaram.
(Tahany) – Chegou a hora da decisão, parece que o fim será aqui.
(Tanana) – De qualquer forma nos reencontraremos em Valhala.
Tahany empunhou seu machado, seus olhos se tornaram negros novamente; Tanana empunhou sua espada, e seus olhos novamente se tornaram vermelhos como o sangue que derrubariam ali. Crinéra se aproximou, se colocando no meio das irmãs, e então disse:
(Crinéra) – Vocês serão irmãs novamente em Valhala. Que comece batalha!
Tanana, com um movimento ágil tentou acertar o pescoço de Tahany, mas a mesma
defendeu-se com seu escudo. Tahany então se jogou contra Tanana e seu machado fez um corte na bochecha da mesma, o sangue começou a escorrer pelo rosto de Tanana.
Tanana então, percebendo o corte em seu rosto, agiu contra Tahany e com um ágil movimento a lâmina de sua espada rasgou o rosto de Tahany, atingindo um de seus olhos. Tahany então gritou de dor. Todos já estavam aflitos desde que Tanana havia sido atingida, o grito de dor de Tahany alvoroçou os ânimos da plateia; Tahany então, já que estava relativamente longe de Tanana agora, correu em sua direção e cravou seu machado no braço de Tanana. A mesma caiu no chão, ainda com o machado de Tahany cravado em seu braço. Tahany arrancou seu machado do braço de sua irmã e estava pronta para decapita-la, e então sentiu, novamente, uma flecha atravessar sua pele e cravar em sua carne; Tahany então soltou o machado, que caiu cheio de sangue no chão, e caiu de joelhos, com sangue escorrendo por sua boca. Tanana se levantou com dificuldades e foi em direção à Tahany, e então abraçou-a. Uma flecha veio ao encontro de Tanana e atravessou sua carne, prendendo seu corpo ao de Tahany.
Ouvia-se gritos estrondosos vindo da direção do lago e então Crinéra vinha surgindo, e logo atrás podia-se ver a forma de um dragão que parecia ter mais de 15 metros de altura.
Quando Crinéra se pôs em frente às irmãs, Nawa e a garota que antes acompanhava Tanana, a jovem Maya, se puseram ao lado da mesma, ainda com as bestas que atiravam flechas, em punho.
(Crinéra) – Chegou a hora da linhagem dos feiticeiros reinar por estas terras.
Tanana apertou ainda mais seus braços em torno do corpo de Tahany e sussurrou:
(Tanana) – Tahany, eu espero que um dia consiga entender o motivo pelo qual eu
mandei te prender, eu jamais desejei seu mal, espero que possa me perdoar.
(Tahany) – Nos veremos em Valhala!
(Tanana) – Nos veremos em Valhala, irmã.
Então a criatura começou a destruir as casas e pisotear as pessoas. Enquanto isso,
as duas irmãs viram surgir Odin e Frankya vestidos em armaduras reluzentes, empunhando espadas forjadas com seus nomes; eles se estabeleceram defronte à Crinéra.
(Frankya) – Essas terras sempre irão pertencer à nossa linhagem.
(Odin) – Atacar! Gritou.
E então Hugin e Munin pousaram no ombro do imperador e da imperatriz; e a última
coisa que Tahany e Tanana ouviram foi o som das espadas rasgando a carne dos traidores.
Isis Sonsino é desenhista e integrante do Grupo de Jovens do projeto É DIA DE ESCREVER.
Quer conhecer seus desenhos e ler mais dos seus textos? Segue @isissonsino no instagram
Comments